domingo, 28 de fevereiro de 2010

Recado...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

AFINIDADE























Afinidade é um dos poucos sentimentos que resistem ao tempo e ao depois.

A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. É o mais independente.

Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto no exato ponto em que foi interrompido.

Afinidade é não haver tempo mediando a vida. É uma vitória do adivinhado sobre o real. Do subjetivo para o objetivo. Do permanente sobre o passageiro. Do básico sobre o superficial.

Ter afinidade é muito raro. Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar. Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas.


O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simples e claro diante de alguém com quem você tem afinidade.

Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavras. É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.

Afinidade é sentir “com”. Nem sentir “contra”, nem sentir “para”, nem sentir por”, nem sentir “pelo”. Quanta gente ama loucamente, mas sente contra o ser amado. Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios.

Sentir “com” é não ter necessidade de explicar o que está sentindo.
É olhar e perceber. É mais calar do que falar, ou, quando é falar, jamais explicar: apenas afirmar.

Afinidade é jamais sentir “por”. Quem sente “por”, confunde afinidade com masoquismo. Mas quem sente com, avalia sem se contaminar. Compreende sem ocupar o lugar do outro. Aceita para poder questionar. Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar.

Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças. É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas quanto das impossibilidade vividas.

Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação. Porque tempo e separação nunca existiram. Foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida, para que a maturação comum pudesse se dar. E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais a expressão do outro sob a forma ampliada do eu individual aprimorado.

(Artur da Távola)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Se um dia...










Se um dia te der uma louca vontade de chorar, me chama,

Não te prometo fazer sorrir, mas posso chorar com você.


Se um dia resolver fugir; não se esqueça de me chamar,

Não te prometo convencer de ficar, mas posso fugir contigo.


Se um dia te der uma louca vontade de não falar com ninguém;

Me chama assim mesmo;

Prometo ficar bem quietinho.


Mas se um dia você me chamar e eu não ouvir,

Vem correndo ao meu encontro.Talvez eu esteja precisando de você...


(autor desconhecido)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Andorinha

... saudade...


De cara quando vi você
Fiquei meio assim sem entender
Teu jeito rebelde eu pude perceber
Me pareceu meio assustada
Assim como estouro da boiada
Mas a doçura não deu pra esconder


E eu tive certeza aquela hora
De não te deixar mais ir embora
Eu tinha um cantinho pra você ficar
Alguma coisa gritou no peito
Pra que eu me virasse e desse um jeito
E assim no momento certo te laçar


Andorinha, busquei te buscar
Passaria a vida a te amar


Às vezes chegava meio aflito
Tentava abafar no peito o grito
Você se escondia pra não me encontrar
E nem dava a chance d'eu chegar
Olhar nos teus olhos e mostrar
O tanto de amor que eu tinha pra te dar

E quando eu olhei pro teu clarão
Queria na fúria da paixão
Guardar no teu peito a minha solidão

Pedi tua luz pra me guiar
Qual cego de amor te acompanhar
Em tuas mãos meu destino entregar


E eu sabia, sabiá

meu peito era feito pra te abrigar


E hoje pousada no meu peito
Teus olhos brilham do mesmo jeito
Parece que a lua mora em teu olhar
E a luz que ilumina uma cidade
Luz de ternura e de bondade
Que só me dá saudade de lembrar


Lembro a primeira vez, morena
Teu lindo olhar valia a pena
Corria o mundo todo pra encontrar
Era um raio de luz divino
E eu cometi o desatino
De permitir um raio me cegar


Andorinha, sabiá
Meu corpo é teu porto a te esperar


Traz teu sorriso e alma
A paz e a calma pra me acarinhar
Sem você, sem carinho
Sou um passarinho fugido do ninho
Com medo de amar


Em nosso altar, nosso cantinho
Desvenda o caminho
Me chama a pousar
É sede o que eu sinto
Que brota em você
A única fonte onde eu quero beber

... saudade...